Tenho me percebido nostálgica e pensando bastante nas diferenças geracionais, no mundo em que meus filhos vão viver, nesse futuro que nunca chega, mas que permeia nossas conversas e que se faz presente o tempo todo. Aquilo que virá é desconhecido, mas ainda assim, nós tentamos controlar ou prever, alimentando uma tola ideia sobre a nossa grandeza. Ou, em alguns casos, alimentando uma ansiedade que faz o coração bater descompassado.
Diariamente eu falo com mulheres exaustas. Mães que acreditando na lógica perversa de que tudo é ou será sua culpa, perdem suas bordas e se diluem no cuidar. Fazem isso acreditando que esse é o melhor caminho, o mais correto e que é isso que fará a sua criança não sofrer, não sentir o tanto que ela sente, como se tivesse algo muito errado com quem ela é. Mães que acreditam que seus esforços performáticos são também produtivos e que resultarão em pessoas melhores. É o neoliberalismo operando na maternidade e a gente sendo engolido por nossa vaidade.
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